Cá estamos, em maio de 2022. Dia das mães, aniversário de uma das filhas, e visita de outra filha que hoje mora na Bélgica e nos trouxe o filho Sami já conhecido por nós em outra visita e o pequeno Anis de um pouco mais de 2 meses.

Na medida do possível a família se reuniu, mamãe sempre a ponta da mesa, matriarca já fragilizada pela idade e todas as suas mazelas, faltam muitos, terça feira, trabalho, distancia e vários outros fatos, todos justificados.

Vivenciando essa união da família e tudo que me trouxe até aqui como passei pelo vida, geralmente distante desses momentos, por inúmeros motivos, e vejo o tanto de coisas que perdi, tanto carinho, conversa fiada e boas risadas.

Eu sei que fui muito errada, como filha, como mãe e até como esposa, nunca me intitulei santa ou boazinha, mas tive uns perrengues que influenciaram várias das minhas decisões, alguns dos quais nem vale lembrar ou trazer a tona. Se me arrependo? Não. Calcei meus sapatos e senti as dores dos meus calos e mesmo assim segui até quando meus pés sangravam. Não desisti, apenas sinto pelo que perdi junto a eles

Pela avaliação dos anos e da vida vejo que consegui muito, sofri, sorri, tenho memórias vagas e algumas profundas e que estarão sempre aqui, feito cicatrizes que marcam e nunca saem, mas na maioria os meus dias foram cheios de vida no sentido real da palavra, vida de muita gratidão, me fiz caminhante, errante, geralmente longe, mesmo por perto.

Só agradecimento por tudo se encaixar e por seguir sem desistir, com saudades e ausências, porém um passo após o outro e sem estacionar nos degraus. 

Sou avó, bisavó e me sinto orgulhosa dos filhos, que são os melhores. E, os netos são minhas bênçãos sublimes, amo mais que tudo, nem tenho como explicar, é um amor diferente, dos netos fiz meus grandes amigos e cúmplices, parceiros de vida e de mesa, mesa de carteado. Jogamos muito quando juntos, afinal tinha que ensinar algo a eles, ensinei a jogar tranca.

Fui passando pela vida e hoje a vida passa por mim, cheia de lembranças, carinho e dias de lembranças. Tenho minha mãe, irmão, filhos, netos, bisnetos, continuo na luta para o amanhã ser melhor e com a certeza de que valeu a pena esse caminhar, mesmo que com tropeços.

Sou feliz, com meus erros e acertos. Vivo com um filho "especial" que me dá todo carinho e trabalho que alguém possa ter, mas é tudo de bom, sigo com ele, sem medo.

Sei que sempre terei saudades dos que se foram e do que nem vivi, agora já envelhecida tenho ao meu lado essa família que fala alto, berra se faz ouvir, família louca e unida.

Quanto aos netos? Continuam perdendo no jogo de tranca.

Somo únicos.


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